Se for a Buenos Aires… Mate!

A nossa multifacetada correspondente em Buenos Aires, Marília Cavalheiro,  fala neste post sobre uma das (entre tantas…) tradições semelhantes entre Argentina e o Rio Grande do Sul: o mate! Eu não gosto de chimarrão, o que no meu estado é considerado crime hediondo.Se é para tomar algo amargo prefiro um Fernet con coca, hehehe. Então com a palavra a Marília, experiente na arte do bom chimarrão, e agora experimentando outras nuances de amargor…

Na minha casa moram três gaúchas, bem gaúchas, e uma argentina. Dividimos o prazer de tomar um mate todos os dias, de manhã, de tarde ou, por que não, de noite.

Cada uma com sua erva, sua cuia, sua onda. E as diferenças entre o mate gaúcho e o mate argentino são grandes! A começar pela erva. A erva argentina é pura folha, não em pó como a nossa, e muito mais forte. Por isso, há quem tome o mate com açúcar, muito açúcar, que é colocado diretamente na cuia a cada servida. Eu particularmente, prefiro o mate amargo, mas o argentino é muuuuito amargo. Acostuma, mas sou mais da boa erva gaúcha. Outra diferença está na cuia (mate para eles). A nossa é produzida com porongo, e o ideal quando a cuia é nova, é que se deixe curtindo com erva durante uns dias, e, na minha opinião, quanto mais velha a cuia, melhor o mate! A cuia argentina pode ser também de alumínio, de vidro, de porcelana. No preparo, outra diferença: enquanto o argentino põe a erva na cuia inteira, nós, gaúchos, fazemos aquele montinho de lado, com espaço para a água. Além disso, os argentinos apreciam tomar o mate com algum acompanhamento, tipo umas bolachinhas doces.

Mas, é claro, o bom tomador de mate comparte alguns detalhes, e segue o texto do site mateargentino.com.ar que não me deixa mentir:

– Ojo con el azúcar. Hay personas que toman el mate con azúcar, pero si usted es invitado a una mateada el mate será dulce o amargo según el gusto del cebador o de la mayoría de los participantes.

– No agregarle otras infusiones.

– Mate antihigiénico????. Si no quiere ser tan íntimo con alguien, no comparta el mate.

– No tarde mucho en tomar el mate. Debe tomar toda el agua hasta que escuche el sonido que señala que el mate está vacío.

– No revolver el mate.

– No cambiar el orden. Respetar siempre la vuelta del reloj, y el orden de la persona que le toca tomar el mate.

– El cebador debe tomar el primer mate.

– El sabor del primer mate es el más fuerte y no a todos les gusta.

– No agradecer antes de tiempo. Sólo hay que decir gracias cuando uno ya no quiere seguir mateando.

– Si la bombilla se tapara una de las formas de destaparla es poner la palma de la mano mirando hacia arriba y luego apoyar el mate sobre ella, con movimiento uniforme girar el mate en círculos, (4 ó 5 veces aproximadamente), luego aspirar por la bombilla a ver si se destapó.

E viva o mate! Viva a tradição gaúcha e argentina!
 

 
É isso aí Marilia! Se você ficou curioso e não conhece ninguém em BsAs para compartilhar um mate, dê um pulinho na Nonna Bianca. Lá existe um serviço de mate que pode “matar” sua curiosidade!
 
 
 
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2017-09-06T16:26:07+00:00

13 Comments

  1. Marília 24 de agosto de 2010 at 00:34

    salve o mateeeee!

  2. jair 24 de agosto de 2010 at 02:58

    olha, eu nunca gostei de tomar mate… mas de uns tempos prá cá, passei a ter vontade de desenvolver esse habito. ainda nao o fiz (por preguiça…) mas um dia eu vou.

    durante a copa, com um grupo de argentinos aqui em curitiba, que eu vi que eles colocam açucar. deve ficar melhor do que amargo né.

    e é isso. viva o mate!

  3. Anônimo 25 de agosto de 2010 at 18:27

    Eu adoro tomar mate! E o que eu mais sinto falta em Baires é de tomar mate, pode?! Mas este ano eu não vou me preocupar é só visitar a Marilia e sair para tomar um mate. vou amar, estou louca pelas férias. bjs Quéle

  4. na próxima viagem, mate a vontade com a Marília!

  5. Marilia 26 de agosto de 2010 at 00:16

    quele, sairemos com o mate para todo lado, no te preocupes! mas tens que me trazer erva gaucha!!! beijossss!

  6. Nadja Cavalheiro 26 de agosto de 2010 at 01:12

    Ahhhhh um bom chimarrão tem o seu valor… mas sem bolachinhas, por favor !!!! Bjs

  7. Eu fico só com as bolachinhas, o chimarrão deixo passar, hehe. Abraço, dona Nadja!

  8. Ligia 29 de agosto de 2010 at 12:45

    Oi Marco!
    Como disse, estou entrando aqui, aos pouquinhos, lendo os posts de forma homeopática. rsrsrs. Mas isso é ótimo, pois dessa maneira, o efeito é mais profícuo. + rsrs

    Olha, resolvi meter a "bomba" nesse assunto, porque ele me diz respeito.
    Isso porque meu pai era gaúcho e esse lado da família sempre curtiu um bom chimarão.
    De modo que cresci, vendo a parentada italiúcha (mistura de italiano e gaúchos) apreciando essa bebida.
    A questão é que meu pai veio bem jovem para o sudeste, e o restante da família ficou no sul.

    O resultado disso é que ele aos poucos, foi perdendo o hábito, e só consumindo demais o café preto, essa bebida que aprendi a amar, e da qual hoje sou absolutamente dependente!

    Ele só saboreava um bom chimarrão, quando alguém vinha do RS e trazia o mate.
    Mas manteve suas cuias e bombas por muito anos. Elas são lindas! O tripé onde as cuias são fixadas, são de prata, assim como as bombas, e tem um monograma, com as iniciais dele.

    Acabaram virando itens de decoração, especialmente depois de seu falecimento. Minha mãe tem o maior carinho com elas, que ficam ao lado dos cachimbos, e livros clássicos, que meu pai adorava.
    Como pode ver, Marco, essa tradição gaúcha e argentina, tão ligadas aos homens dos pampas, está diretamente ligada a mim, por laços afetivos.

    De mate, eu, como boa carioca, só gosto do gelado, adoçado, e por vezes com limão, desses que cresci, tomando no verão, e na praia. E em casa também, que meu pai não abria mão que minha mãe fizesse.

    Mas adorei a matéria, muito bem escrita pela Marília!
    Mas fico com um bom, quente, forte, e amargo café mesmo! Aliás, uma outra excelente bebida de costume dos argentinos, que a fazem tão bem!

    Marco, estou adorando seu blog, e como de costume (isso nos outros blogs também, como você já percebeu), sou extremamente prolixa nos meus comentários. Desculpe!
    Abraços!

  9. Oi Ligia! Obrigado pelo elogio, gosto muito do que a Marilia escreve! E muito obrigado pela participação, os teu comentários são sempre muito enriquecedores! O que eu mais gosto em um blog é justamente este diálogo que é criado, os comentários e opiniões dos leitores são a razão de ser deste espaço!!! Aguardo ansioso os próximos! Abraço!!

  10. Gisele Teixeira 12 de outubro de 2010 at 23:59

    Marco, achei esse texto abaixo sobre o mate uma coisa!!! È do “Más respeto que soy tu madre”. Dei muita risada…Vale a pena. o da Marilia também está muito bom.
    Beijos

    http://giseleteixeira.wordpress.com/2009/08/01/pra-quem-gosta-de-mate-imperdivel-esse-texto/

  11. Oi Gisele!! Vou agora mesmo ler o texto!! Obrigado pela dica!!! Abração!

  12. Anônimo 2 de março de 2011 at 16:23

    Adorei essa matéria…
    Sou um grande apreciador do mate argentino, a marca é "Rosamonte"…
    Costumo tomar sem acompanhamento, pois o mate puro é o "verdadeiro mate"…
    Não diria que é melhor que a do gaúcho, apenas é diferente…; mas é uma diferença maravilhosa…

  13. Oi!! A maravilha do mundo está nas diferenças!! Eu não sou grande fã do mate, apesar de gaúcho, mas gosto muito do aspecto simbólico da bebida, da troca, da interação, da companhia… obrigado pela dica e pela visita!! Abraço!!

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